Desde maio deste ano, quando 'herdou' a sede do Mundial de handebol, a cidade de São Paulo corre para deixar tudo pronto para a competição, que começa nesta sexta-feira, com a cerimônia de abertura e o jogo entre Brasil e Cuba, às 21h, no Ibirapuera. Com os ginásios de São Paulo, Santos, São Bernardo e Barueri prontos, o desafio da organização muda de foco: o público. O pouco apelo do handebol no país e o período do ano são considerados fatores que "jogam contra" a lotação dos quatro locais que receberão partidas do Mundial.
Mauro Chekin, coordenador das arenas esportivas do torneio, admitiu ao UOL Esporte que a organização está apreensiva em não conseguir ao menos um bom público para os jogos. "Estamos em um período natalino, e conhecemos o povo brasileiro, sabemos a cultura existente. Realmente é um fator que nos preocupa, mas fizemos algumas ações e acredito que o público vá às partidas".
As ações a que o coordenador se refere, na verdade, não envolvem a parte de marketing. A ideia inicial era que os ingressos não fossem cobrados para nenhum jogo do torneio, pelo menos até as fases finais. No entanto, a IHF (Federação Internacional de Handebol) exige que as entradas sejam cobradas. Por isso, uma cota mínima foi colocada à venda, enquanto grande parte dos bilhetes estão sendo distribuídos em escolas e clubes que procuram a organização e demonstram interesse em levar um grupo para os ginásios, em sua maioria crianças.
Na cidade de São Paulo, onde o ginásio que abrigará os jogos é o Ibirapuera, não há nenhuma propaganda que informe ao público da disputa do Mundial, um dos principais campeonatos da modalidade. Em rádios e televisões abertas também não há nenhuma veiculação de anúncios da competição para chamar o público. Apenas uma emissora aberta, mas em UHF, tem os direitos de transmissão, mas mesmo assim o receio permanece.
Além deste desafio, os organizadores tiveram um trabalho maior justamente com o ginásio do Ibirapuera, principal sede e previsto para receber a final, que acontece no dia 18 de dezembro. A estrutura da quadra não atendia às medidas necessárias de uma quadra de handebol, e, por isso, teve de ser erguida um tablado para fixar o piso e cumprir o regulamento, que exige as dimensões de 20m x 40m.
Os trabalhos tiveram de ser feitos de maneira acelerada, já que, inicialmente, o Mundial estava previsto para acontecer em Santa Catarina. Em maio deste ano, no entanto, os catarinenses desistiram da competição, e o Brasil quase perdeu o direito de sediar o torneio. São Paulo, então, 'acolheu' o torneio e em pouco mais de sete meses reformou alguns detalhes necessários nos ginásios e na infraestrutura necessária.
"Santos, Barueri e São Bernardo estavam praticamente prontos. Passaram apenas por alguns detalhes para suportar a imprensa nacional e internacional. O maior trabalho foi mesmo o Ibirapuera, até por causa do tempo reduzido que tivemos. Foi um desafio, mas a gente sabia que ia dar certo", afirmou Mauro Chekin.
O Mundial feminino será disputado entre esta sexta-feira e o dia 18 de dezembro, quando será realizada a final. A partir das quartas de final, todos os jogos serão disputados no Ibirapuera.
Para todos os jogos, independentemente da sede, os ingressos custam R$ 10 (arquibancada) e R$ 25 (setor premium).


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