O Brasil lutou, batalhou, saiu à frente no placar, mas não conseguiu a medalha de ouro na decisão do handebol masculino na noite desta segunda-feira nos Jogos Pan-Americanos. Com a derrota para a Argentina, por 26 a 23, a seleção também perdeu a chance de se classificar para a Olimpíada de Londres em 2012, que seria assegurada apenas ao campeão – ainda há o pré-olímpico no próximo ano.
Nas duas últimas decisões, no Pan de Santo Domingo (2003) e no do Rio de Janeiro (2007), o Brasil sagrou-se campeão sobre os argentinos. Em Guadalajara, entretanto, os rivais deram o troco e carimbaram seu passaporte a Londres.
O duelo foi muito faltoso, com a típica rivalidade entre os dois países se refletindo nas duras faltas de ambos os times. A equipe verde-amarela começou melhor e foi superior no início do jogo. Com oito minutos, os argentinos haviam marcado apenas dois gols. A partir da metade do primeiro tempo, porém, a Argentina entrou na partida, melhorou muito sua defesa e passou a pressionar. Revezando-se no placar, os adversários terminaram a primeira etapa vencendo por 15 a 14.
No segundo tempo, o Brasil entrou ainda mais desorganizado. O primeiro gol verde-amarelo saiu apenas aos nove minutos, não apenas em função dos erros nas finalizações, mas graças à brilhante atuação do goleiro argentino Matias Schulz, que fechou o gol como uma muralha. Dos 61 arremessos brasileiros durante todo o confronto, apenas 23 foram gols.
A seleção não conseguiu superar a vantagem dos argentinos no marcador, que se mantiveram à frente durante toda a etapa final. Desconcentrado e errando muitos passes, o Brasil também fez muitas faltas, tomou vários dois minutos – quando o jogador é penalizado e fica fora do jogo – e cedeu muitos sete metros, a penalidade máxima no handebol.
Após o jogo, o ponta Chiuffa preferiu não dar os méritos para o time rival. "Não foram eles que ganharam, nós que perdemos para a gente mesmo", disse à TV Record, se negando também a valorizar a atuação de destaque do goleiro argentino. "Não acho que ele pegou muitas bolas, foi a gente que arremessou em cima dele".
"Entramos muito confiantes. Conseguimos encaixar o nosso jogo e imprimir ritmo no primeiro tempo, mas eles conseguiram voltar. Não aproveitamos o nosso bom momento. Me culpo um pouco pela falta de organização no ataque, que é a minha função. Há dias e momentos", lamentou o central e capitão Léo.
A campanha brasileira na competição, até a final, foi de quatro vitórias: contra Canadá (46 a 17), Venezuela (37 a 15) e Chile (36 a 22),na fase de grupos, e diante da República Dominicana (41 a 17) na semifinal.
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